um dia qualquer

quando o dia começa muito frio e termina igualmente frio passamos por uma tarde quente e excitante mas que não consegue nos aquecer pelo resto do dia.

encontros

um velhinho exausto pede ajuda e a única ajuda que tenho são palavras malditas. disse a ele que o cansaço é a manifestação física de que você existe. ele não me agradeceu.

vento não ia

só vou com ventania mas o vento nunca ia

o que é o que é

quando me perguntavam se eu acreditava no amor eu respondia de bate e pronto não!

hoje está tudo mudado. quando me perguntam se eu acredito no amor repondo nem fudendo!

a um amor

me peguei imaginando um mundo sem amor mas não o -brega- amor interpessoal. gosto de imaginar um mundo sem amor próprio. é no mínimo engraçado como tudo depende desse amor que muitas vezes nem existe. o mundo sem amor próprio é o caos. alguém sem amor próprio se torna incapaz de amar. e afinal qual é a diferença entre amor próprio e respeito? amor é respeito? acabei de acabar com o amor.

de: alguém incapaz de amar

sobre muitas pessoas

eu realmente gostaria de poder dizer: sou uma pessoa legal e bla bla bla bla bla... gosto de tal e tal coisa, sou assim e não assado. mas há muito tempo aprendi que mentiras não servem de nada...

eu gostaria de dizer que sou inteligente ou que entendo muito de vários assuntos mas o prazer e o saber parecem andar cada vez mais separados...

adoraria falar pra você no que acredito e no que não acredito.

adoraria ter uma opinião formada sobre vários assuntos... acontece que não tenho. 

não sei se o amor existe não sei se a vida é realmente triste não sei se o mundo está em crise por culpa dos "porcos capitalistas" não sei se seria possível viver excluindo lembranças que me machucam ou se o melhor é andar em direção àquela faca. não sei. 

e é por isso por todos esses não saberes que continuo vivendo. Porque o dia que tiver a certeza que a vida só é completa com oscilações entre a alegria e a tristeza o dia que começar a desconfiar que o amor existe esses serão os dias mais felizes da minha vida... e eu quero vivê-los

um tom

o mesmo e velho tom. o tom da rua o cinza. o tom da vida é o mesmo. não que nossa vida seja ruim. mas é monótona como essas palavras. alguma coisa aconteça pelo amor.

para se algum dia o tédio nos matar

isso não é um testamento. isso é apenas para deixar claro que nunca hei de me matar. se algo acontecer comigo favor prender o tédio.

the song

a música ainda toca na nossa mente. a música que ainda toca é a música da vida. e hoje ela se assemelha tanto a uma marcha fúnebre.

life

a chuva cai e o sol se levanta, embora com dificuldade. o arco-íris aparece bem fraco ao fundo dos prédios e tudo parece colorir-se. as aparencias vão embora.

para as pombas

as pombas são bichos engraçados. elas se perseguem por comida. onde já se viu uma coisa dessas?

animais se matando por comida... pombinhas, deixem isso para os humanos.

a vida não é justa

resolvi a partir de hoje escrever essas memórias que, por serem memórias, são falsas, afinal é tudo inventado para meu bel-prazer de vê-las um dia publicadas. e porque a vida não é justa? porque ela é uma grande ilusão e eu nunca verei tal coisa.

o início

a chuva que caiu na noite anterior deixou o chão da cidade todo úmido e minha mente mais clara. a visão que tinha da vida se ampliou a neblina toda baixou. pude ao menos uma vez sentir que sabia porquê vivia. e não era por nenhuma regra.

nasceu um filósofo nessa era.